À semelhança de tudo na Natureza as crianças desenvolvem-se segundo o seu próprio ritmo. Os ritmos individuais são muito respeitados dentro da Pedagogia Waldorf em sintonia com os ritmos da Natureza. Estas vivências proporcionam às crianças sensações de bem-estar, ao mesmo tempo que são capazes de transmitir sentimentos de segurança e acabam por ser fatores integradores para o seu crescimento.

Aqui as crianças são convidadas de forma espontânea a participar e festejar cada época do ano, explorando a sua memória visual e sensorial, como forma de as despertar para uma vida humana em sintonia com os ciclos da Mãe Natureza, bem como com a riqueza da cultura local.

Estas vivências contribuem para que as crianças encontrem o seu próprio ritmo no seio de um ritmo maior, o da Natureza. Aqui ficam então as festividades das épocas.

Outono

Marca o início do ano letivo, é do Outono que se parte para o ciclo de vivências anual do ano que vem. A época do Outono encoraja a força para enfrentar as noites longas que virão no Inverno. É a época do desprovimento, as árvores despem-se de folhas, e inspiram a processos internos de recolhimento e de encontro de nós mesmos.

  • S. Miguel – 29 de Setembro

Simboliza a coragem para enfrentar os nossos medos interiores. Tudo isto encontra-se simbolizado na lança de ferro de S. Miguel, quando este domina o dragão.

  • Festa das Colheitas – 1º Domingo de Outubro

Trata-se de um agradecimento à terra Mãe pela abundância e pelo sustento que nos deu (frutas e cereais).

  • S. Martinho – 11 de Novembro

Simboliza o espírito de solidariedade e de partilha, numa altura em que a Natureza nos convida a uma reflexão interior. Festejamos com um passeio de lanternas acesas pela aldeia ao som de cantos entoados pelas famílias unidas.

  • Advento – 1 a 25 de Dezembro

A espera para nascimento da criança, é uma época de admiração pela criança e pelo momento da infância. A espiral do advento representa a revelação gradual do Ser que vai nascer.

 

Inverno

É tempo de fé e de esperança, de acreditar na gestação das sementes, na sua germinação, e consequentemente no renascimento da vida.

  • Natal – 25 de Dezembro

Festa do nascimento da Criança, símbolo de Vida.

  • Dia de Reis – 6 de Janeiro

Simboliza o acolher da Criança, o Homem em devir, nela latente.

  • Festa das Candeias – 1 de Fevereiro

Significa a iluminação do caminho das sementes que germinam e brotam da terra para o mundo.

  • Carnaval – Fevereiro/Março

Permite o afugentar dos medos e das imperfeições dos seres humanos, através da máscara. Invoca valores de aperfeiçoamento e purificação do ser humano.

 

Primavera

É a época da gratidão e da dádiva, celebra-se a fertilidade nas suas várias manifestações. É hora de cores vibrantes e quando a natureza ganha formas. Confere estrutura, segurança e estabilidade e potencia o encontro com o outro, o reencontro com todos e aumenta a criação de laços com os outros.

  • Páscoa

Época de purificação, quer interior, quer exterior. Na sua associação com a Natureza é a altura de limpar campos para semear. Celebra-se também o renascimento da Vida. Aqui a celebração da Páscoa simboliza o ressurgimento da vida, através de dois elementos simbólicos: o ovo e a lebre. O ovo sinal de fertilidade e de vida, e a lebre a dádiva da Vida a favor da prole (pois atrai o predador para si, para salvar os outros).

  • Festa de Pentecostes (50 dias depois da Páscoa)

Celebrado exatamente 50 dias depois da Páscoa, o Pentecostes ergue valores de amizade e da alegria, de irmandade com os outros. Aqui as crianças vestem-se de branco para intensificar esta celebração e a Mensagem é da Paz e da Verdade, simbolizada pela pomba branca.

 

Verão

O Verão é tempo de alegria e euforia, de preparação e entrega para o calor crescente que se avizinha e ao apogeu da luz.

É a celebração pelo fogo que eleva e aproxima os seres humanos do cosmos, a Terra está mais próxima do Sol. Aqui festeja-se a abundância, os frutos que a terra deu e amadureceu, para depois preparar novo recolhimento.

    • Festa de S. João – 24 de Junho

    Celebração do calor pelo fogo purificador (simbolizado através da fogueira de S. João) e celebração da abundância nas colheitas que nesta época se iniciam.